segunda-feira, 4 de março de 2013

FLORES UTILIZAM ELETRICIDADE PARA SE COMUNICAR COM AS ABELHAS

Os sinais elétricos emitidos pelas plantas são fracos, mas são captados e decodificados. Testes revelaram qua as abelhas podem distinguir entre diferentes campos, como se fossem cores de pétalas. Os sinais podem também fazer os insetos saberem se uma flor foi recentemente visitada por outra abelha.


Não se sabe como as abelhas detectam o campo elétrico, mas os pesquisadores suspeitam que a força eletroestática pode fazer seus pelos se eriçarem – mais ou menos como acontece com os cabelos de uma pessoa que os aproxima de uma tela de tevê antiga.

Já se sabia que as flores usam cores vivas, padrões e odores para atrair polinizadores. Mas os sinais elétricos podem significar um nível mais profundo de comunicação, dizem os cientistas.

O líder do estudo, Daniel Roberts, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, afirmou que “este novo canal de comunicação revela como as flores podem informar potencialmente seus polinizadores sobre o status correto de suas reservas preciosas de nectar e pólen”.

A pesquisa foi publicada na semana passada na edição online da Science. As plantas emitem campos elétricos negativos de carga fraca, e as abelhas adquirem uma carga positiva de até 200 volts em seu vôo. Quando uma abelha carregada se aproxima de uma flor, a diferença de potencial elétrico não é suficiente para produzir fagulhas, mas é sentida pelo inseto.

Os pesquisadores investigaram os sinais colocando eletrodos em caules de petúnias. E descobriram que quando uma abelha pousa em uma flor, o potencial elétrico da planta se altera e permanece alterado por diversos minutos. Isto pode ser um meio de deixar uma abelha saber que está pousando em uma flor que já foi visitada e perdeu seu néctar, especulam os cientistas, segundo o Escapist Magazine.

Fonte: National Geographic Brasil

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PÓLEN DE TIÚBA

Novidade à vista!
A APECADI está comercializando a nova safra do super pólen de tiúba.
Para adquirir o produto, basta enviar um e-mail para apecadi@gmail.com ou ligar em um dos seguintes números (98) 3083-2403 / 8876-0829 / 9115-9945.
Não perca essa oportunidade de adquirir este magnífico alimento.
SAIBA MAIS SOBRE O PÓLEN
O pólen tem uma grande quantidade de proteína (cerca de 35%) na sua composição, pelo que pode ser um bom complemento para quem tem uma alimentação vegetariana ou macrobiótica. Contém ainda uma grande variedade de aminoácidos, entre os quais se destacam: Triptofano, Metionina, Histidina, Leutina, Isoleudna, Treonina, Fanilalanina; contém igualmente Acido glutâmico, Arginina, Cistína, Lisína, etc.
O pólen tem ainda uma apreciável quantidade de diversos hidratos de carbono (cerca de 40%), entre eles a lactose.O pólen contém uma quantidade considerável de rutina, e que confere ao pólen uma das mais preciosas virtudes, o combate à fragilidade capilar. Com efeito, a rutina reforça a parede dos vasos sanguíneos, e é incorporada em suplementos alimentares e produtos farmacêuticos destinados ao tratamento da fragilidade vascular.
O Pólen é bastante rico em vitaminas tendo na sua constituição betacaroteno (provitamina A), e a maior parte das vitaminas do complexo B (B1, B2, B5 ou PP, B6, etc…) e as vitaminas C, D, E e P.Encontram-se ainda no pólen fermentos, que ajudam à digestão dos açúcares actuando sobre a utilização dos fosfatos pelo organismo; do mesmo modo, o pólen contém ainda substâncias hormonais, em que algumas são factores de crescimento e outras estimulantes endócrinos.
Uma das principais qualidades do pólen é a sua contribuição na estabilização do equilíbrio nervoso. É recomendado para a astenia, os neurastenia, depressão e esgotamento, fadiga nervosa e intelectual.O pólen actua no sentido da estabilização do equilíbrio e da harmonia. Assim, pode ser utilizado, ao mesmo tempo, contra o emagrecimento e no tratamento da obesidade; este facto deve-se, sem dúvida, à sua influência sobre o sistema glandular.Esta acção harmonizadora nota-se igualmente na regularização das funções intestinais; o pólen actua de uma forma tão eficaz em relação à prisão de ventre, como em casos de diarreia.
Graças à sua actividade bacteriostática (especialmente em presença do colibacilo), o pólen é ainda um protector da flora intestinal, opondo-se as putrefacção (entre outros, nos casos de colite).O pólen é também um elemento protector, que se opõe ao desenvolvimento de certas variedades microbianas. Estimula as funções gástricas (com efeitos favoráveis sobre o apetite, a digestão e as evacuações). Contribui para a regeneração do sangue, especialmente no aumento da taxa de hemoglobina; assim, pode utilizar-se o pólen com bons resultados em casos de anemia, enfraquecimento e excesso de fadiga.

fonte: http://neturalmente.com/produtos-naturais/polen-o-que-e-e-para-que-serve-o-polen-de-abelha/

sábado, 15 de outubro de 2011

II Feira Tecnológica de Arranjos Produtivos Locais do Maranhão – FTAPL



De 13 a 16 de outubro de 2011, durante a Feira do Empreendedor no Multicenter SEBRAE, em São Luís-MA, está sendo realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de São Luis - STTR, a II Feira Tecnológica de Arranjos Produtivos Locais do Maranhão – FTAPL.



Esta II Feira Tecnológica de Arranjos Produtivos Locais do Maranhão visa dar continuidade, e aprofundar os debates e as trocas de experiências, ocorridos no ano passado, durante sua primeira edição. Neste ano será mantido um espaço que funciona como uma vitrine tecnológica, onde os consumidores possam ter acesso direto aos produtos e aos produtores. Como palestrantes destacamos a presença da Coordenadora Geral dos Arranjos Produtivos Locais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, Margarete Gandini.


A idéia é fortalecer os Aglomerados Produtivos existentes, contribuindo para a formação de uma rede de apoiadores governamentais e não governamentais e estabelecendo a manutenção de um fórum permanente, onde possam ser avaliadas, criteriosamente, as estratégias adotadas para consolidar os APLs no Maranhão.


A II edição da Feira quer também estimular e colaborar com o ambiente de aprendizagem entre entidades representativas de classes, setor público, universidades, pesquisadores, especialistas, instituições de apoio e empresários de setores ligados aos Arranjos Produtivos Locais do Estado.


Além de influenciar Políticas Públicas nesta área.

Para a realização da II FTAPL o Sindicato conta com o apoio do Banco da Amazônia, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Indústria e Comércio (SEDINC), do SEBRAE-MA e da Associação dos Pequenos Criadores de Abelhas da Ilha de São Luís (APECADI).

sábado, 8 de outubro de 2011

VENENO DE ABELHA: A NOVA ARMA CONTRA O CÂNCER

Cientistas da Washington University de St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveram um método que usa veneno de abelhas para matar células cancerosas, ao mesmo tempo em que deixa células saudáveis intactas.
Os pesquisadores acoplaram a toxina melitina, presente no veneno de abelhas, a moléculas, ou nanopartículas, que batizaram de "nanoabelhas".
Depois disso, estas “nanoabelhas” foram introduzidas em ratos que possuíam tumores. De acordo com os pesquisadores, as partículas então atacaram e destruíram apenas as células cancerosas, protegendo outros tecidos do poder destrutivo da melitina.
Após algumas aplicações das "nanoabelhas", os tumores dos ratos teriam encolhido ou parado de crescer, de acordo com os cientistas.
"As nanoabelhas 'voam', pousam na superfície das células e depositam sua carga de melitina, que rapidamente se funde com as células-alvo. Mostramos que a toxina da abelha é levada para as células, onde faz furos em suas estruturas internas", afirmou um dos autores do estudo, Samuel Wickline, que lidera o Centro Siteman de Excelência em Nanotecnologia da Washington University de St. Louis.




Melitina






A melitina é uma pequena proteína, ou peptídeo, que é fortemente atraído para as membranas de células, onde pode abrir poros e matá-las.
"A melitina tem interessado pesquisadores pois, em concentrações altas, pode destruir qualquer célula com que entrar em contato, o que faz com que seja um agente antibacteriano e antifúngico e, potencialmente, um agente contra o câncer", acrescentou Paul Schlesinger, outro autor da pesquisa e professor de biologia celular e fisiologia.
"Células cancerosas podem se adaptar e desenvolver resistência a muitos agentes anticâncer que alteram a função genética ou têm como alvo o DNA das células, mas é difícil para as células encontrar uma forma de driblar o mecanismo que a melitina usa para matar", disse.
O estudo foi publicado na revista científica online Journal of Clinical Investigation.







Testes






Os cientistas testaram as “nanoabelhas” em dois tipos de ratos com tumores cancerosos. Uma variedade de rato teve implantadas células de câncer de mama humano e, a outra, células de melanoma.
Depois de quatro ou cinco injeções das nanopartículas que carregavam a melitina, durante vários dias, o crescimento dos tumores de câncer de mama nos ratos desacelerou em 25%, e o tamanho dos tumores de melanoma nos ratos diminuiu em 88%, comparados aos tumores não tratados.
Os pesquisadores sugerem que as “nanoabelhas” se juntaram nestes tumores sólidos devido ao fato de tumores frequentemente apresentarem vasos sanguíneos com vazamentos, e tendem a reter material.
Cientistas chamam isto de permeabilidade aumentada e efeito de retenção dos tumores, e isto explica a razão de alguns medicamentos se concentrarem mais em tecido de tumores do que em tecidos normais.
Os cientistas americanos também desenvolveram um método mais específico para ter certeza de que as “nanoabelhas” ataquem os tumores, e não o tecido saudável, ao carregarem estes dispositivos com componentes adicionais.
Quando eles adicionaram um outro agente que era atraído pelos vasos sanguíneos em crescimento em volta dos tumores, as “nanoabelhas” foram guiadas para células de lesões pré-cancerosas, que estavam aumentando rapidamente seu fornecimento de sangue.
As injeções com “nanoabelhas” reduziram em 80% a extensão da proliferação destas células pré-cancerosas, de câncer de pele, em ratos.






Destruição






Se uma quantidade significativa de melitina fosse injetada diretamente na corrente sanguínea, sem proteção nenhuma, o resultado seria uma grande destruição de glóbulos vermelhos do sangue.
Os pesquisadores da Washington University mostraram que as nanopartículas protegeram os glóbulos vermelhos dos ratos e outros tecidos dos efeitos tóxicos da melitina. As “nanoabelhas” injetadas na corrente sanguínea não prejudicaram os ratos e não causaram danos aos órgãos.
E, estando dentro das “nanoabelhas”, a melitina também não foi destruída pelas enzimas que quebram proteínas, produzidas naturalmente pelo corpo.
O centro das “nanoabelhas” é composto de perfluorocarbono, um composto inerte que é usado em sangue artificial.
"As 'nanoabelhas' são uma forma eficaz de embalar a melitina, que é útil, mas potencialmente letal, isolando (a toxina) para que não prejudique células normais ou seja degradada antes de chegar ao alvo", afirmou Paul Schlesinger.
A flexibilidade destas “nanoabelhas” e outras nanopartículas criadas pelo grupo na Washington University sugere que elas poderiam ser adaptadas para atender a várias necessidades médicas.
"Potencialmente, (nanopartículas) poderiam ser formuladas para um paciente em particular", afirmou Schlesinger. "Estamos aprendendo mais e mais a respeito da biologia de tumores e este conhecimento pode permitir, em breve, que criemos nanopartículas para tumores específicos, usando o tratamento das nanoabelhas."


domingo, 1 de maio de 2011

AS ABELHAS SUMIRAM!

Leiam esta entrevista (na íntegra) com o professor Afonso Inácio Orth, um dos principais especialistas em abelhas do país, publicada no Carta Maior.

As abelhas sumiram!

Primeiro, as abelhas começaram a desaparecer nos Estados Unidos, depois no Canadá e, então, no Brasil. “Nós, em Santa Catarina, tivemos um problema muito sério na primavera passada. Álias, esse problema tem se agravado muito e sempre nesta mesma épóca do ano”, explica o professor Afonso Inácio Orth, um dos principais especialistas em abelhas do país e que tem acompanhado os estudos que buscam respostas para o desaparecimento dos insetos desde que este problema foi detectado.

“O primeiro grande risco é a fragilização da produção mundial de alimentos, principalmente pelo fato de nós dependermos quase que exclusivamente das abelhas. Além disso, um risco secundário, mas não menos importante, é o de afetarmos toda a ecologia local, porque essas abelhas também acabam polinizando as plantas nativas e, a partir do momento em que você elimina os polinizadores, essas plantas nativas deixarão de se reproduzir e, com isto, nós poderemos estar alterando profundamente os ecossistemas”, apontou na entrevista que concedeu à IHU On-Line por telefone.

Afonso Inácio Orth é graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Entomologia pela Universidade Federal do Paraná e doutor em Biologia pela University of Miami (EUA). Atualmente, é professor no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Que fatores estão causando o desaparecimento das abelhas das colmeias? Desde quando esse fenômeno está ocorrendo?

Afonso Inácio Orth – Esse fenômeno do desaparecimento das abelhas e o colapso das colmeias nos países do hemisfério Norte, Estados Unidos e Europa, começou em 2007 e várias causas foram atribuídas a ele, embora não se tenha encontrado nenhuma resposta definitiva. No Brasil houve em vários momentos diferentes supostos desaparecimentos de abelhas, mas não necessariamente na mesma dimensão verificada no hemisfério Norte. Nós, em Santa Catarina, tivemos um problema muito sério na primavera passada. Álias, esse problema tem se agravado muito e sempre nesta mesma época do ano.

IHU On-Line – O desaparecimento das abelhas já pode ser considerado um fenômeno mundial?

Afonso Inácio Orth – O Congresso Nacional dos Estados Unidos liberou verbas específicas para pesquisas sobre este tema, já que esse é um problema sério para o país. No entanto, até hoje não se chegou a nenhuma conclusão que explique esse desaparecimento. No início se achava que era algum vírus ou contaminação por agrotóxicos. Mais recentemente existiu uma suspeita muito forte em cima de algumas moléculas de agrotóxicos novos. No entanto, mesmo com todas as pesquisas, até agora não se chegou a nenhum veredicto.Como não existe nenhuma prova definitiva do que está acontecendo, fica muito difícil você dizer que todos os problemas na apicultura foram causa única. Aqui em Santa Catarina, nós temos um cuidado muito grande em não caracterizar como o mesmo problema dos Estados Unidos, mesmo porque nós temos abelhas totalmente distintas daquelas que são criadas lá. As nossas abelhas são africanas e, na teoria, são muito mais resistentes a problemas patológicos em relação às abelhas estadunidenses. A desvantagem é que a espécie que criamos abandona mais facilmente a colmeia e produz menos mel.

IHU On-Line – Que danos o sumiço das abelhas causa à fruticultura e agricultura?

Afonso Inácio Orth – Em primeiro lugar, existe o dano direto aos apicultores e a perda da produção apícula, que é principalmente caracterizada pela produção de mel, própolis, cera e pólen. Além disso, temos uma perda bastante significativa na agricultura. Neste caso, a abelha é considerada pelo menos dez vezes superior como produtora de alimentos. Por exemplo, não se produz maçã sem a ajuda das abelhas no país. Nós da parte Sul do país temos uma vocação muito forte para a produção de frutas de clima temperado, e praticamente todas elas são altamente dependentes da polinização mediada pelas abelhas. Além disso, a polinização interfere diretamente em outras culturas, como a do girassol e a da soja.

IHU On-Line – Sem abelhas para fertilizar as plantações, a produção de alimentos pode ser alterada?

Afonso Inácio Orth – Algumas espécies de cereais são polinizadas basicamente pelo vento, tais como o milho, o trigo, o arroz. Grande parte das espécies que produzem proteínas, por exemplo, as frutas, é polinizada por abelhas. Portanto, pode-se afetar tanto a alimentação animal quanto a da própria espécie humana.

IHU On-Line – Que riscos o sumiço das abelhas pode gerar para a humanidade?

Afonso Inácio Orth – O primeiro grande risco é a fragilização da produção mundial de alimentos, principalmente pelo fato de nós dependermos quase que exclusivamente das abelhas. Além disto, um risco secundário, mas não menos importante, é de afetarmos toda a ecologia local, porque essas abelhas também acabam polinizando as plantas nativas e, a partir do momento que você elimina os polinizadores, essas plantas nativas deixarão de se reproduzir e, com isto, nós poderemos estar alterando profundamente os ecossistemas.

IHU On-Line – O ambientalista James Lovelock, em Hipótese de Gaia, diz que as abelhas podem estar pressentindo as mudanças climáticas ou um nível de poluição que os equipamentos humanos não são capazes de detectar. O sumiço desses animais pode ser um aviso de que a saúde do nosso planeta corre perigo?

Afonso Inácio Orth – Não só em relação à poluição e às mudanças climáticas os animais são mais sensíveis, mas até adventos bastante traumáticos como, por exemplo, existem estudos que associam a movimentação de insetos e abelhas e de pássaros prevendo ocorrência de abalos sísmicos na crosta terrestre. Embora tenhamos poucos estudos que possam claramente relacionar estes dois temas, acredito que a abelha é um excelente fator biológico para detectar alterações nos ecossistemas causados pela poluição do homem. E é claro que esta influência do homem pode afetar indiretamente as mudanças climáticas como, por exemplo, o aumento da temperatura. Por isso, concordo, sim, com as colocações de Lovelock.

IHU On-Line – Que função as abelhas desempenham na cadeia produtiva e a responsabilidade delas no meio ambiente? Nesse sentido, qual a importância de preservá-las?

Afonso Inácio Orth – Uma das fases cruciais na existência de uma planta é o seu estágio reprodutivo, e hoje sabemos que 90% das plantas dependem da polinização realizada por animais, como abelhas e outros insetos. Se não tivermos esses animais, nós romperemos o ciclo de reprodução continuada das plantas. Isso poderá afetar profundamente a sobrevida destas espécies no mundo todo, no ecossistema.Hoje boa parte do produto que exploramos depende das abelhas para produzir adequadamente. Por isso, precisamos preservar o equilíbrio ambiental. Sem as abelhas nós não conseguiremos preservar as espécies de vegetais e animais que vivem nos diferentes ecossistemas.

IHU On-Line – A exemplo do Canadá, Estados Unidos e Europa, os apicultores do estado de Santa Catarina apontam para o sumiço de abelhas. Já se sabe quais são as causas?

Afonso Inácio Orth – A Federação das Associações de Agricultores e Apicultores de Santa Catarina começou a receber muitas reclamações de sumiços de abelhas na primavera do ano passado. Depois de ocorrido o fato nós começamos a pensar um pouco sobre a dimensão deste problema. A primeira ação desta federação foi criar uma comissão técnico-científica da qual eu faço parte. Primeiramente, fizemos um levantamento da realidade desta mortandade e chegamos a dados bastante preocupantes. Tivemos agricultores que relataram perda de 80% de sua produção; outros que não relataram quase nenhuma perda. E essa perda estava presente em pequenos, médios e grandes agricultores e apicultores que praticavam a cultura orgânica. Então, não houve apenas problemas na apicultura tradicional.Em relação ao motivo dessas perdas nós não temos ainda dados concretos para discutirmos isso, até porque começamos este levantamento após o fato ter ocorrido, sendo relatado, somente então, para a federação. Houve alguns casos em que foram feitos estudos que revelaram intoxicação por agrotóxicos. É possível que as alterações climáticas tenham relação com o desaparecimento. Tivemos, na primavera do ano passado, problemas de temperatura e precipitação, o que pode ter afetado a alimentação das abelhas. Mas isso é uma hipótese, não podemos afirmar categoricamente. Nos formulários que os apicultores nos enviaram, eles sugeriram problemas de doenças ou parasitas, principalmente ácaros.Não podemos, todavia, tomar nenhuma posição sem dados concretos sobre o fato.Na verdade, de uma forma concreta, sabemos que o problema ocorreu, que foi bastante sério. Inclusive, nós tememos que faltem colmeias para a próxima polinização. Mas ainda não conseguimos detectar claramente o que está acontecendo. Só nesta semana recebemos algumas chamadas: uma do oeste, outra da região serrana e uma terceira chamada do sul do Estado. Aparentemente, o problema – a perda das colmeias – continua este ano, nos deixando preocupado. Mas nós não temos um diagnóstico do que ocorreu ano passado e o que está acontecendo agora.

IHU On-Line – A abelha convive num sistema de extraordinária organização. Pode nos explicar como se dá essa organização e hierarquia nas colmeias?

Afonso Inácio Orth – Uma colmeia de abelhas é constituída basicamente por uma fêmea reprodutiva, a rainha, machos reprodutivos, que são os zangões, e a mesma quantidade de fêmeas não reprodutivas que são as operárias. Na verdade, as operárias executam diferentes tarefas no decorrer da vida adulta delas, iniciam trabalhando mais dentro de casa. Como as próprias crianças nos lares dos seres humanos, as abelhas trabalham com a limpeza, a nutrição das larvas, com a colmeia, depois trabalham na defesa da colmeia e a última atividade que elas executam é a atividade forageira, quando elas voam para os campos a fim de coletar/conduzir pólen, néctar e água.Existe uma cadência lógica bastante grande no exercício das atividades. Por outro lado, caso não tivermos um mínimo de abelhas novas para alimentar as larvas, nós não temos como perpetuar a colmeia por meio de produção de novas abelhas, porque vai faltar alguém que alimente essas larvas. Na verdade, existe todo um sistema complexo, embora a colmeia possa sempre se adaptar. Porém, se não têm abelhas campeiras, normalmente elas começam a se deslocar para o campo mais precocemente. A mesma coisa pode acontecer permanecendo mais tempo dentro do ninho. São situações extremamente anormais.

IHU On-Line – Poucas são as pessoas que pesquisam sobre este assunto no Brasil. Por que isso acontece?

Afonso Inácio Orth – Talvez a biologia organismal ou a própria ecologia do organismo tem recebido pouca atenção não só no caso específico das abelhas, mas de animais e plantas de uma maneira geral. Essa é uma realidade no Brasil e no mundo afora. Hoje se investe muito recurso em cima de sofisticados estudos tecnológicos, mas algumas questões simples nós deixamos de fazer, e isso acaba não gerando informações importantes das quais precisamos para preservação do meio ambiente e para a produção agrícola.Felizmente, em países onde o problema se agravou rapidamente, que é o caso dos Estados Unidos, começaram a ser liberados recursos para a realização de pesquisas em larga escala, justamente para tentar fazer frente ao problema da falta de abelhas. No último ano, por exemplo, eles importaram mais de um milhão de colmeias de outros países, principalmente da América Latina e da Nova Zelândia, para suprir a deficiente das colmeias. Espero que aqui no Brasil tenhamos a liberação de dinheiro para projetos desta envergadura e estudos de espécies.

IHU On-Line – O Brasil tem algum plano de proteção a esses animais?

Afonso Inácio Orth – Acredito que é preciso analisar a ampla acessibilidade que nós temos para a utilização de agrotóxicos. Hoje, nós somos um dos maiores consumidores de agrotóxico. A utilização excessiva de agrotóxicos não é compatível com um programa de proteção de abelhas. Atualmente, apesar de não sermos a maior economia mundial, nem o maior produtor agrícola, nós somos o maior consumidor de agrotóxicos. Há algo de muito errado nisso.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17731

quinta-feira, 21 de abril de 2011

CURIOSIDADE SOBRE AS RAÇAS DAS ABELHAS DO GÊNERO APIS

O habitat das abelhas Apis mellifera é bastante diversificado e inclui savana, florestas tropicais, deserto, regiões litoraneas e montanhosas. Essa grande variedade de clima e vegetação acabou originando diversas subespécies ou raças de abelhas, com diferentes características e adaptadas às diversas condições ambientais. A diferenciação dessas raças não é um processo fácil, sendo realizado somente por pessoas especializadas, que podem usar medidas morfológicas ou análise de DNA.
A seguir, apresentam-se algumas características das raças de abelhas introduzidas no Brasil.



Apis mellifera mellifera (abelha real, alemã, comum ou negra)



Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Russia, provavelmente estendendo-se até a Península Ibérica.
Abelhas grandes e escuras com poucas listras amarelas.
Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas.
Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso o manejo seja inadequado.
Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes.
Propolisam com abundância, principalmente em regiões úmidas.



Apis mellifera ligustica (abelha italiana)


Originárias da Itália.
Essas abelhas têm coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas mais populares entre apicultores de todo o mundo.
Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm).
Possuem sentido de orientação fraco, por isso, entram nas colmeias erradas freqüentemente.
Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças européias.



Apis mellifera caucasica


Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia.
Possuem coloração cinza-escura, com um aspecto azulado, pêlos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm).
Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva.
Enxameiam com facilidade e usam muita própolis.
Sensíveis à Nosema apis.



Apis mellifera carnica (abelha carnica)


Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio.
Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdome cinza ou marrom.
Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas.
Coletam "honeydew" em abundância.
São facilmente adaptadas a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem.


Apis mellifera scutellata (abelha africana)


Originárias do Leste da África, são mais produtivas e muito mais agressivas.
São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas européias. Sendo assim, suas operárias possuem um ciclo de desenvolvimento precoce (18,5 a 19 dias) em relação às européias (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na tolerância ao ácaro do gênero Varroa.
Possuem visão mais aguçada, resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme. Os ataques são, geralmente, em massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade de operárias de colmeias vizinhas.
Ao contrário das européias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a população e liberando vários enxames reprodutivos.
Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis.
Essas características têm uma variabilidade genética muito grande e são influenciadas por fatores ambientais internos e externos.



Abelha africanizada




A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana Apis mellifera scutellata.


A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas.


A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as européias se recolhem nessas épocas.



sábado, 12 de março de 2011

Novidade à vista: MEL de TIÚBA.



A Apecadi já está comercializando o exótico mel da Abelha Tiúba (Melipona compressipes fasciculata) ou, simplesmente, Mel de Tiúba. Esta abelha também é conhecida como a "abelha do Maranhão".
O mel da abelha Tiúba é popularmente conhecido por suas propriedades terapêuticas. A partir de agora, a criteriosa produção obtida pelos associados será disponibilizada aos exigentes consumidores deste produto de inigualável aroma e sabor.
Sua produção e beneficiamento, seguem os rigorosos padrões de qualidade e de boas práticas de manejo de alimentos, mantendo portanto, os critériosa da marca Mel São Luis.
Em breve postaremos mais notícias sobre o mel de Tiúba.